quarta-feira, 2 de julho de 2008

Hoje foi mais um daqueles dias em que ficamos nostálgicos e achamos que tudo funciona bem no nosso Portugal...

De manhã tinha uma série de coisas agendadas, mas tive de alterar para receber um fornecedor. A reunião estava marcada para a tarde, mas como é o nosso maior fornecedor, desmarquei tudo para o receber. 
Após uma reunião simples, mas demorada, na já famosa sala de saunas, concluí que teria tudo que passar pelo superior dele, e que portanto teríamos de marcar uma nova reunião, desta vez com alguém com poderes de decisão.

Finda a reunião, comecei a empatar um bocado o povo, porque como já eram 11h queriam ir almoçar. Lá consegui ficar um bocado mais no escritório, mas depois cedi e viemos à cidade a um restaurante menos mau. Claro que tudo isto, desde que acordei, debaixo de um calor intenso.

Como sou o tipo que está a gerir o dinheiro e os carimbos tive de ir ao banco e pagar a conta telefónica. 

Uma breve pausa para explicar que os carimbos, sim carimbos iguais aos nossos, são tudo o que precisamos para movimentar as contas bancárias de uma empresa. Não há identificação, assinatura, nada. Apenas carimbos!!! Por aqui já podem ver o bom que é o sistema bancário chinês.

Mas voltando ao pagamento de contas, lá fomos nós para a empresa de telecomunicações, como era mesmo ali ao lado, fazíamos o sacrifício e íamos a pé. Ora, afinal a empresa não era bem ali ao lado, mas sim no final da rua. Qualquer coisa como o Saldanha às Amoreiras, mas felizmente sempre plano, mas só descobri a distância depois. Pelo caminho encontrei uma igreja que obviamente fui visitar. O piso térreo é composto por salas e mais salas com pessoas cheias de vontade de me catequizarem, mesmo sendo católico e não perceber nada do que dizem. A igreja propriamente dita, é no piso superior, tem uma cruz na parede e de resto é em tudo igual a uma sala de conferências. 

Voltando aos telefones.... Logo aqui é fantástico, não sei como é que alguém que todos os meses tem de pagar o telefone, no mesmo sítio, não sabe onde é. Sim porque tudo na China tem de ser num sítio exacto. E como este país não pára de me surpreender, mais uma coisa fantástica, é que os telefones são todos ( foi o que me disseram) de carregamento, mesmo os fixos das empresas portanto nós não fomos lá pagar a factura, mas sim carregar o dito com dinheiro. 

Estava na hora de voltar ao "Saldanha", que ficava num cruzamento, e os próximos destinos eram as outras opções do cruzamento. Primeiro fomos procurar, sem sucesso, um gravador de DVDs portátil, de seguida fomos aos bancos, para a outra ponta da rua. Ou seja, se estivessemos de volta ao Saldanha, iríamos à Estefânia para depois continuar para o Campo Pequeno. 

Como devem compreender, fartinho de andar e com aquele calor, eu estava quase a espancar a criatura. Novo momento áureo foi quando ele entra no "The People´s Bank of China" e nós temos conta no "Bank of China". Basicamente é o mesmo que entra na CGD e querer movimentar uma conta da CCA, ou da Caixa Alemã :) 

Isto não só prova que ele nem sabe qual é o banco, muito menos onde fica. Note-se que era ele o responsável por esta área até eu chegar.

Chegados ao primeiro banco, onde só perdemos 1h, fomos levantar um cartão muito interessante. Existem vários blocos de arquivos, cujas entradas são tipo leitor de cd anos 90. Nós apresentamos o cartão no computador, ele diz-nos um numero, a "caixa do cd" abre e retiramos todos os documentos que existem no banco para nós. Isto até posso considerar prático.

Retomámos caminho para o segundo banco, continuamente a pé, onde coloquei em prática a técnica dos carimbos. De facto funciona, ordens de pagamento apenas firmadas com carimbos. Depois de meia hora pra fazer dois pagamentos, e foi atendimento directo, regressámos à fábrica para prosseguir com as entrevistas.

Um director de produção mediano, e uma assistente de escritório com um bom inglês, mas pareceu-me muito complicada, ao estilo MRPParvo. Mas foi uma óptima ajuda para traduzir o candidato a director de produção. Já não houve tempo para entrevista a candidata seguinte, porque tinha de voltar para a terrinha, mas não se perdeu nada. Até nem era feia, mas o inglês era mediano e os conhecimentos de trading nulos... 

Apesar do calor sufocante que está, levantou-se um temporal, com ventos fortíssimos, trovoada e chuva a sério. Já não apanhava uma molha destas desde o tempo do Clube Naval. ( Não confundir com aquela associaçãozinha de matraquilhos). 

Sem comentários: