quarta-feira, 15 de julho de 2009

O Regresso...

As saudades já se faziam sentir. Não dos chineses, não da comida, mas da mística que, apesar de tudo, este país reúne....

Agora que estou nesta parte do mundo, tenho saudades de noites como a de sábado, boa comida, companhia da família, dos amigos e de muito mais que ficou em banho maria....

A viagem começou no domingo às 9 AM de Portugal, com saída da Figueira, rumo a Lisboa, com breve passagem pelo Alqueidão. ( Além de me encontrar com os meus pais, fui também despedir-me do Spi...)
Lá fomos nós para o aeroporto, eu de pendura, coisa rara, mas havia check-in para fazer e mails para responder. Depois de uma estadia no aeroporto mais demorada do que suposto, deu-se o momento das despedidas, pai, mãe e o Dr. Teixeira.

O primeiro voo, com destino a Londres só partiu com uma hora de atraso o que foi ajudar ao pouco tempo que restava para a ligação. Não fossem os ingleses uns tipos chatos e picuinhas, não nos obrigassem a retirar cintos, sapatos, relógios etc etc etc a coisa tinha-se feito de forma mais rápida e relaxada. Felizmente não tenho dentes de ouro, senão acho que também os tinha de tirar...
Ainda assim e quase sem fôlego por tudo o que tive de correr no aeroporto ( quase a distância Portela-Canha) ainda consegui fazer os habituais telefonemas nostálgicos. Se estás a ler e não recebeste um telefonema, é só porque não tive tempo de chegar ao teu nome na lista.... :P

Mais uma volta mais uma viagem, desta vez o destino foi Hong Kong. 13 horas de voo, onde deu para dormir, comer, trabalhar, ver filmes, ouvir musica, trabalhar, comer, dormir e se não me tivesse esquecido das agulhas ainda tinha feito uma boa dúzia de camisolas de lã.

A chegada a Hong Kong demonstrou bem o estado de pânico que se vive com a Influenza A. Além dos tonos que já viajaram de máscara e luvas, havia um batalhão equipado com um termómetro em forma de comando de slots ( ai que saudades das corridas de slots), que nos apontavam à testa e retiravam a temperatura. Era uma coisa destas que me fazia falta quando era puto...

Depois de entregar os papéis e carimbado o passaporte lá fui eu procurar o meio de transporte para a China Mainland, Guangdong province, mais uma brilhante viagem.
Acho que devia ser do sono, ou de ter tido tantas pistolas/termómetros apontados à cabeça e por um mapa que foi claramente enganador, fui de autocarro em vez de comboio. E aí começava mais uma saga, daquelas a que ao longo de 9 meses vos fui habituando.

Logo para começar, já estava eu cheio de autocolantes da "AVIC de Hong Kong", os cartões não passavam na máquina e o que era suposto ser utilizado não permitia levantar dinheiro. Perfeito, após muita insistência e paciência lá consegui levantar Hong Kong Dollars com outro cartão. Lá paguei e fui apanhar o autocarro.

Primeiro controlo, saída de HK... Mais um comando de slots apontado à cabeça, mostrar vistos, carimbar e pronto para outro.
Passado algum tempo controlo para entrar na China... Outro comando de slots, desta vez dentro do autocarro, mais uns formulários e lá fomos nós de bagagem para passar no raio-x.
Apesar de ter tido tudo ok no autocarro, e até ter ganho um cartãozinho verde, lá houve um chino estúpido que me achou doente ( não seria pelas 24h fora da cama???? ) e mandou-me para a pseudo-quarentena. Um sitio de alta vigilância, guardado por umas baias e ao alcance de qualquer um. Aí voltei ao velho termómetro de mercúrio, sim daqueles que estão proibidos em Portugal, e depois de uma espera de 15 minutos, lá me disseram que era falso alarme, só tinha 36.8 graus, o que é algo bastante raro dada a temperatura ambiente. Obviamente que com esta brincadeira, perdi o autocarro onde vinha.

Por sorte apanhei um chinês simpático, também os há, que já se tinha oferecido para tradutor na "quarentena" e viemos juntos no autocarro até Guangzhou. À chegada aconselhou-me qual a cor de táxi em que devia ir, e foi aí que percebi que o meu chinglish não está famoso. Não é que o artista estuda há dois anos no Canadá e eu quase não percebia nada do que ele dizia?!?!? Em compensação, o meu chinês está quase igual o que é positivo... .)

Depois de uma volta ao fim do mundo, e mesmo na altura de completar 26 horas de viagem ( 11 AM em Portugal) cheguei ao hotel.