quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Shaoxing

Depois de uma viagem bem digerida, nem por isso dirigida, num autocarro dos bons ( nem sabem a sorte que tiveram) chegámos a Shaoxing. Não sei antes passarmos às portas da Lorenz Bell.
À chegada tive logo uma discussão com um taxista, uma perfeita besta que não nos queria levar ao Hotel. Receberam logo aí as chaves de ouro da cidade.

Depois de instalados num dos melhores quartos do Hotel Margaret, bom mas claramente o pior hotel onde passámos durante as férias estava na hora de lhes apresentar a minha casa.

Em Shaoxing, estavam à espera de encontrar uma Penha Longa ou uma Quinta do Lago... O que encontraram foi um prédio, onde moram chineses e por isso mesmo apesar de ter menos de 3 anos, aparenta bem uns 30 anos. Não é exagero.
Quando entraram em casa ficaram mais aliviados, mas ainda assim o choque anterior tinha sido demasiadamente forte. Claro que eu expliquei logo onde eram as saídas de emergência, e dei-lhes um mapa para não se perderem. Aquilo é tão grande que por vezes até eu me perco. Para ajudar à festa, tinha a casa toda desarrumada, e umas quantidade enorme de roupa pendurada. 

Como acreditam, ficaram seriamente entusiasmados com a casa, estava a ver que já não iam para o hotel, queriam ficar a ali a dormir.

O jantar, para não variar muito foi no Banana Leaf, essa instituição só superada pelo Starbucks. Para os que estão já com ideias, tenho a informar-vos que não fomos uma única vez ao Starbucks...
Apesar do frio fomos a uma massagem, de pés, mas claro no fim do Apsara, não ficaram propriamente encantados. Também por 5€, estavam à espera de quê?

No dia seguinte, foi relativamente calmo. 
Um almoço no Margaret, no restaurante Grandma's, foi algo de bastante interessante. O primeiro, e exceptuando viagens de avião, o penúltimo contacto dos meus pais com comida chinesa, e de todas as iguarias chinesas, saliento as abelhas/baratas fritas, que a minha quase vomitou quando soube o que era. Não percebo porquê???

Fomos à fábrica, porque há quem tenha de trabalhar, apresentar os meus colegas ( quase todos), mostrar as instalações, uma pequena introdução aos produtos e após uma visita guiada fomos ao banco. Afinal, pelo tempo que passo lá, é quase a minha casa. Acho mesmo que vão sentir a minha falta depois da minha partida, o CCB de Shaoxing ficará mais pobre. Escusado será dizer que foi o resto da tarde no banco, a tentar resolver problemas inexistentes num país sem direcção central. Como diria o Prof. César das Neves " é por isso que o comunismo não nos leva a lado nenhum".

Depois desta tarde animada, começaram a notar-se os sinais de jet lag, pelo que o resto da tarde foi passada, para uns a dormir, para outros a trabalhar em casa.
O jantar, para evitar o frio siberiano que se sentia na rua ( -7ºC, Windchill) foi novamente no chinês do hotel. Devo dizer-vos que é dos poucos restaurantes chineses que vou com gosto, muito embora duas vezes numa semana seja puxado, quanto mais no mesmo dia. 
 
Dia seguinte, acordar cedinho, fazer a mala que as férias estavam finalmente à porta. os último dias custam sempre mais a passar, e quando temos um prazo definido, parece que perdemos as energias e o cansaço prevalece sobre tudo. Confesso, sentia necessidade de férias...

Mas ainda assim havia umas quantas coisas a resolver. Ir à empresa, ir ao banco...
Sim, é isso mesmo que estão a pensar. Fiquei mais umas horas no banco, para resolver mais um daqueles problemas, inacreditáveis. 
Desta vez, para pagar a um transitário, gerido por um amigo, que fez o transporte de mercadorias para a nossa empresa mãe, entre várias coisas preciso de 3 contractos diferentes, muita paciência, uma semana, e mais uma dúzia de requisitos burocráticos e surreais. 

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