domingo, 31 de agosto de 2008

Exames Médicos...

Comecei o dia às 7h da manhã, algo óptimo para quem gosta de trabalhar de noite, para apanhar um comboio que se atrasou 10 minutos, e sim teriam sido mais 10 minutos dormidos.
Depois de 50 minutos de comboio, sempre com a grande preocupação de não adormecer e só acordar na estação terminal, lá cheguei à terra do West Lake.

O que parecia ser uma coisa simples, entrar no táxi, mostrar a morada em caractéres ( para evitar confusões) acabou por não o ser. Para não variar muito, o tipo não fazia a mínima ideia onde era aquilo, nem sequer para que lado da cidade ficava. Depois de uns quantos telefonemas, lá demos com aquilo, aparentemente sem grandes voltas, porque o táxi de regresso foi o mesmo preço.

Acho que pela primeira vez na vida encontrei alguém, independente do país e do continente, simpático num departamento público. Mas foram só as primeiras três, com as seguintes rapidamente passei para o modo “ funcionário público mal-encarado, mal disposto, e com a sensação que nos está a fazer um favor....” Igual em todo o lado. Depois de preencher um formulário e de um questionário, onde perguntavam por doenças em que nunca tinha ouvido falar, paguei e fui começar os exames.

Esta brincadeira ficou em 60€, e claro meus caros do AICEP, não há almoços grátis!!!!


Os exames foram quase todos muito simples e bem mais completos que os que tinha feito em Portugal, incluíndo ECG, ecografias e radiografias, mas começaram mal.

Primeiro análise de sangue, a mim que gosto tanto destas coisas com agulhas.... Cheguei a um guichet , guichet que é guichet tem fila, e ao fim de algum tempo de grande sofrimento psicológico lá chegou a minha vez de me sentar num banquinho, esticar o braço e levar a pica. Enquanto esperava fui falando com um australiano, um bretão ( não me lembro de onde) e uma hungara, professores entre os 40-60 anos, mas simpáticos e ajudaram a passar o tempo.

Segundo guichet, segundo problema... Análise de urina. Esta gente das análise tem de compreender que nós não somos programaveis para estas coisas, é necessário haver algo a que se chama vontade, e que em casos como o meu, é independente do numero de líquidos ingeridos e do numeros de horas que passou antes da ultima vez.

Fui bebendo água, fazendo os restantes exames, bebendo mais água e nada... Saí, fui almoçar, fui para um Starbucks, onde há wireless, e chá, fui bebendo, trabalhando via skype, bebendo, e às 14horas lá voltei para dar a minha contribuição. Um hora e meia depois tinha os resultados todos.

Além de ter crescido um centímetro na china, afinal só perdi 5 quilos e não 8 como a balança me tinha dito 2 dias antes.

Como não sabia a que horas estava pronto e a ideia era regressar a Shaoxing o mais rapidamente possível, não tinha comprado bilhete de comboio. Claro, até às 11h da noite estava tudo esgotado, nem em 2ª classe ( algo que deve ser tenebroso.... Restavam duas hipóteses, ou táxi ( que iria custar um rim) ou autocarro. Como a minha experiência a vir de Shanghai não tinha sido má, arrisquei o autocarro.

Perguntei a um policia onde era a estação, a certa altura o meu chineses deixou de compreender o dele, e o rapaz acabou por me ir levar a um autocarro ( leia-se carreira) e explicou ao motorista para onde eu ia. Tentei pagar mas disse-me que não e mandou-me sentar. Normalmente não me sento em transportes públicos, porque 2 minutos depois estou a levantar-me para dar o lugar a alguém, mas desta vez a viagem deveria ser 50 minutos, por isso achei melhor escolher uma cadeira simpática. 10 minutos depois, o tipo parou o autocarro e mandou-me sair. Só depois percebi que devia trocar para o autocarro que estava parado à nossa frente. Claro que o motorista do novo autocarro não fazia a minima ideia do que eu estava a falar, e depois de uma reunião com os outros 10 passageiros lá me disse para me sentar. Uma vez mais tentei pagar mas não aceitaram. Apesar da viagem ser à borla eu não estava a achar piada nenhuma, porque não fazia ideia onde estava e o que queria mesmo era regressar o quanto antes a Shaoxing.

Pronto, esta seria a tal viagem de 50 minutos, mas não. 2 ou 3 minutos depois, uns 600 metros depois de ter arrancado manda-me sair e diz qualquer coisa que não percebi. Felizmente que o 2 nativos, falantes do dialecto local, nem mandarim falavam, fooram comigo e levaram-me para a estação de autocarros de longo curso. A partir daqui não havia problema, aproveitei para comprar um saco de castanhas assadas, mas uma desilusão. Só sabiam a água e nem sal tinham visto....

Agora tenho de esperar que a menina do “centro de emprego” de Shaoxing trate do meu processo, passe ao “middle boss” e depois que o “middle boss” passe ao “middle boss boss”, para que depois mude de departamento e continue assim.

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