terça-feira, 1 de setembro de 2009

Zhuhai Day 1

A treta do furacão não só me fez esperar aquelas horas todas em Shanghai como alterou toda a minha agenda.
O que era suposto fazer na 4ª feira, e tudo o resto dependia disso, foi passado para 5ª à tarde, mais uma reunião com o Governo.

De manhã, aventurei-me sozinho, e lá fui procurar fornecedores.
Os dados destes fornecedores foram dados pelo Governo, e incluem Nome, morada ( sem numero de porta ou andar), descrição da empresa, e claro sem numero de telefone. Para abrilhantar a coisa, a informação é toda em chinês, o que ajuda imenso. Daqui se conclui, a função pública é igual em todo o lado, não fazem nada e no dia que fazem, é mal feito ou incompleto.

Lá dei com a rua pretendida, mas claro, sem numero de porta não é fácil. Perguntei a um, perguntei a outro, uns diziam para a direita, outros para a esquerda, e a maioria dizia, " Wo tin bu don" ou seja, não sei, não faço ideia.
Depois de 10 minutos à procura - teria demorado o mesmo se fosse com um chinês, porque isto é muito natural - encontrei a porta do prédio e enfiei-me no elevador até ao sétimo piso. O enfiei-me dentro do elevador foi literalmente, pelo aspecto do tecto, não queria ser atingido com nenhum candeeiro ou afins.

Se há coisa que me fascina são fábricas de 15 e 20 andares, onde até no último piso há máquina gigantescas. ( Parece a anedota do brasileiro, que até em cima das palmeiras tinham moinhos...).

Mal cheguei, encontrei duas senhoras numa sala, com aspecto de secretárias, tentei falar em chinês, mas como é hábito, estavam-se marimbando para o meu chinês....
Felizmente uma dessas senhoras era a dona da empresa, e tem um filho a estudar nos States, que por acaso estava de férias na China e tinha regressado nesse dia de uma viagem.
Fui falando com o rapazinho pelo telefone, embora já tivesse explicado à mãe o que queria, ele foi traduzindo e mantivemos uma relação telefónica por 20 minutos.

Voltei a falar só com a mãe, sem tradutor, e uns 10 minutos depois aparece o rapazinho. Meio latagão e obeso para quem tem só 17 anos.
Depois de 4 horas a falar, ver amostras, pedir cotações, rever, voltar a rever, e rever novamente as amostras, lá consegui sair, ficando à espera das devidas cotações.

Estava na hora de ir para a dita reunião com o Governo, desta vez com um tipo novo.
Como nem pequeno-almoço tinha tomado, achei por bem comer qualquer coisinha, não fosse desfalecer a meio. Lembrei-me logo do japonês perto do Foreign Trade, e como tinha levado o cartão nem valia a pena pensar noutra coisa. Afinal aquilo era perto, saboroso, barato e não tinha morrido. Era claramente merecedor de uma segunda visita.

Depois de enfardar, quase sem mastigar, 8 ou 9 pedaços de sushi, lá fui para a reunião, debaixo de um calor insuportável. Eu bem tento comprovar a teoria do meu avô, que usando um blaser não se torna tão quente, mas até agora tem saído sempre furado. Devo andar a escolher os blasers errados....

No fim de toda a correria para chegar a horas, e cheguei, tive de esperar cerca de 20 minutos, numa sala cujo o ar condicionado só é ligado quando entro. Felizmente que fui brindado com um copo de água a ferver, que isso sim refresca. Se em vez de água a ferver, note-se que não é chá, servissem umas cervejinhas bem geladas, não só aliciavam muito mais os investidores, como ainda se tornava mais fácil impor condições. Estes rapazinhos têm tanto a aprender....


A reunião até correu bem, claro que foi tudo contradito na seguinte, mas nada de novo.... No fim, e como tinha de ir a Gongbei para me encontrar com o Dr. JT, achei por bem não ir à aventura para mais um fornecedor. Regressei ao hotel que havia ( e ainda há) muita coisa a fazer.


Ao final da tarde, lá fui para Gongbei, onde encontrei o Dr, e fomos tentar recrutar um tradutor e alguém para trabalhar connosco.
Por indicação do Lit Choon, fomos aos DVDs onde estaria um bom alvo. Depois de muito negociar, e com algumas deixas pelo meio, reparámos que ele não estava muito interessado em deixar a venda de DVDs piratas e que passar para o lado da legalidade, está longe de acontecer. A única coisa que dizia era " O balato saí caro" e " O que é bom custa dinheilo,,,, " sempre que comparávamos os preços com os de Shanghai. Ainda assim comprei 3 DVDs da Diana Krall, parece que mais alguém teve essa ideia, principalmente agora que não posso ir ao concerto em Lx. ( Por falar nisso, vendem-se 2 bilhetes!!! Há interessados???)

Depois de deixar as coisas no hotel, de uma cerveja para descontrair, fomos jantar.
Como ainda não estou muito familiarizado com a cidade, perguntámos no hotel um bom local para jantar. Veio logo o artista da recepção que está sempre a tentar impingir putinhas, dizerque conhecia um muito bom de marisco.
" Eh pah, não queremos marisco, queremos aquela rua que é só restaurantes...." ao que ele responde " Pois, mas aquele é muito bom". Lá fomos parar à rua dos restaurantes, mas por indicação dele parámos mesmo à frente do tal restaurante. Fomos caminhando, para cima, para baixo, até que nos apareceu um restaurante com grelhados, e comida indiana e arriscámos.

Os bifes até estavam bons, mas o vinho.... De facto, Great Wall, por muitas voltas, que se dê não é de todo bebível. Percebo agora a moda da Sprite e da 7up!!!!

Mal chegámos ao hotel, lá estava o artista à nossa espera. Confesso que pensei que ele ia novamente oferecer putinhas, mas lá viu o Dr. JT e absteve-se ( já eu, devo ter cara de putanheiro....). Perguntou se tinhamos ido ao restaurante, dissemos que não, ao que ele pergunta quase tão rápido a qual fomos, como pega no telefone para ligar para o restaurante. Este rapaz vai chegar longe, distribui jogo em várias frentes, e recebe comissão em todas :)

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